A vida em mais um ato...
Eu sempre ouvi dizer que a melhor época da vida é a época da faculdade. Quando eu estava no colégio eu não concordava pois, para mim, aquilo é que era vida. Em muitos aspectos, eu tinha razão, mas hoje eu sei que nada se compara aos tempos da "graduação".
É uma fase de grandes transformações. Do ex-estudante secundarista dono do mundo até o profissional são quatro anos de muito aprendizado mas, no meu caso, de muito prazer também. Quantos amigos eu construí neste tempo? Incontáveis, graças a Deus.. Eu também tenho muito orgulho de poder dizer que aprendi muito com os professores também, profissional e pessoalmente.
Foram quatro anos fantásticos. No início eu me sentia meio deslocado pois era 4 anos mais velho que a maioria dos meus colegas. Nos assuntos, em algumas preferências culturais e musicais mas, principalmente, nas lembranças da infância, eu tinha que me esforçar para não parecer pré-histórico. Mesmo assim, a turma do início da faculdade marcou muito. Bons tempos das sessões da "279". Hoje eu penso nesta época, de certa forma, como uma infância. Éramos adolescentes despreocupados, com aulas pela manhã e só. Para muitos, o resto era aproveitar. No meio do curso, a mudança de turma. A "349" não tinha, como turma, o mesmo charme da anterior. É inegável, contudo, que os grandes amigos que ficaram são desta segunda "fase". Claro que, dentre estes, alguns já me acompanhavam desde o início desta caminhada.
Na segunda fase, um amadurecimento gradativo, principalmente profissional, começava a tomar forma. O início da vida "jornalista", entre estágios e o primeiro emprego, também ajudou nesta mudança. Não sei os outros, mas eu realmente ficava feliz com as conquistas dos meus amigos.
Um ponto em que eu me sentia diferente dos demais, e às vezes pensava que era por causa da idade, era no trato com os professores. Eu sempre os respeitei (salvo algumas exceções), enquanto muitos dos meus colegas, principalmente no início do curso, só faziam reclamar. Eu me envolvi desde cedo com a faculdade, participando de seus "estágios voluntários", e assim tendo uma vivência, lá dentro, que muitos não tem. Com o fim do curso se aproximando mais pessoas começaram a notar a "utilidade" de alguns professores, mas são raros os casos.
Provavelmente eu esteja enganado, mas hoje eu sinto como se eu gostasse de 90% das cadeiras. Até que não está tão longe disso, mas eu sei que com o tempo a gente passa a romantizar as coisas. Contudo, os professores e colegas que marcaram a minha curta passagem por lá sabem desta importância que tiveram. E isto, para mim, é o que interessa.
Eu não mantenho contato com todos, é claro que não. Mas existe um grupo que eu sei que poderei contar sempre. São pessoas que já me viram vibrando, de felicidade, de raiva ou de decepção. Pessoas muito especiais que aceitam meus defeitos ainda melhor do que eu. Mesmo que não tenhamos mais o convívio diário daquela época, nossas conversas inconstantes de hoje em dia continuam sendo momentos maravilhosos.
Eu tenho muito prazer em dizer que sou famequiano. Ao contrário de muitos, que reclamam do que poderia ter sido, eu sou muito grato pela estrutura que eu tinha lá e pelas oportunidades que tive. Sei como poderia ser bem pior, e é, em quase todas as demais faculdades de comunicação do país. (É claro que o preço era um caso a parte...).
Quantas histórias!!! A disciplina que eu passei sem fazer 1 trabalho; o trabalho que foi bem avaliado sem nunca ter sido concluído; as "aulas" da dupla dinâmica de tecnologia; as externas e as entrevistas; o documentário do último semestre e, é claro, a comissão de formatura e a monografia!!!
Sem dúvida, uma das lembranças que eu guardarei para sempre com o maior carinho se chama Marques Leonam Borges da Cunha. Quem conhece, sabe. O cara é um professor como poucos, e um amigo como menos ainda. A paixão dele pela profissão inspira seus alunos, e a sua simplicidade conquista. É difícil descrevê-lo, mas ele sabe o quão importante é, acredito, para todos nós.
Como eu disse no vídeo de formatura.. Aqui se encerrou uma importante batalha, mas a guerra, da vida, continua...
1813