28.11.05

Nada pode ser maior



Foi um título da segunda divisão? Foi.

O Grêmio poderia ter feito menos que isto? Até poderia, mas se fizesse mais do que um pouco menos seria, no mínimo, vergonhoso.

O adversário era difícil, um time de tradição e qualidade? Não.

Nada disso importa. O que realmente conta é que o Grêmio consegue transformar as conquistas que pareciam ser mais simples em verdadeiras epopéias, que emocionam o seu torcedor e mantém viva a mística tricolor.

Um empate. Bastava um empate para que o Grêmio atingisse o grande objetivo do ano, o retorno à primeira divisão do futebol brasileiro, sem depender de outros resultados.

Apesar de ser um jogo tecnicamente fraco, era fora de casa, e o empate em 0 a 0 seria suficiente. Tudo ia bem até o pênalti inexistente marcado pelo árbitro. Compensação por outro existente e não marcado? Engano? Mau-caratismo? Não fazia diferença. O indiscutível era que O gol do Náutico seria mortal, pois, combinado com a vitória parcial do Santa Cruz contra a Portuguesa (em partida que ocorria simultâneamente), a derrota tricolor manteria a equipe no inferno da segunda divisão em 2006.

Os jogadores foram para cima do árbitro. Três expulsos do lado gremista, que já estava com um a menos. O Náutico tinha tudo para abrir o placar na cobrança da penalidade e, com 4 jogadores a mais, garantir a vitória nos 10 minutos restantes.

Tinha tudo, menos... sei lá.. menos ser o Grêmio. O jogo voltou após 20 minutos de paralização e, se não bastasse o goleiro Galatto defender o pênalti, poucos minutos depois o garoto Ânderson, em jogada individual, marcou o gol da vitória, da classificação e do título gremista.

Perdoem-me se estou sendo mais emotivo do que racional, mas este momento é para isto. Mesmo que não seja a mesma coisa que vencer a Série A, é um título nacional, é o retorno ao convívio dos grandes, e foi uma vitória espetacular.

Ano passado, quando o Grêmio perdeu as chances de escapar do rebaixamento, eu escrevi um texto apoiando. E segui apoiando. Este, aliás, talvez tenha sido o ano que eu fui mais vezes ao Olímpico. Proporcionalmente, não tenho dúvidas..

Mesmo na segunda divisão, eu tenho orgulho de ser tricolor! Dá-lhe Grêmio! E que venha 2006!!
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22.11.05

Uma imagem... 349 palavras...

Esta foto tem quase 2 anos. Foi tirada, como se pode ver, num dos dias mais felizes e importantes da minha vida. Foi o fim de uma árdua batalha de 4 anos, mas que pode ser considerada de 8, ou, dependendo do ponto de vista, de quase 20...
Mas também era o marco zero. Deste momento em diante eu teria que provar "a que vim". Não tenho mais as desculpas de ser um aprendiz - vulgo "estagiário". Agora, no nosso nem sempre justo ou mesmo honesto mercado profissional, só se chega a algum lugar sendo alguém, tendo valor de verdade.
Eu acredito que, com todos os percalços, estou fazendo a minha parte. Contudo, não é sobre isto que eu quero falar...
Encontrei esta foto no site de uma amiga minha e, sei lá por que, viajei... Olhei, olhei, e comecei a pensar. Eu, que apareço à esquerda da foto, estou aqui em Santa Catarina, enfrentando este novo desafio. A guria ao meu lado está trabalhando lá mesmo na faculdade, na área de comunicação. Acho que já deu tempo de ela reconhecer o próprio valor, não deu? O terceiro está fazendo a carreira que sempre quis nas rádios esportivas (AM) de Porto Alegre. A quarta já esteve na europa por um longo tempo - tendo, inclusive, sido tema de outro texto aqui na época -, e hoje, até onde eu sei, está trabalhando no maior clube de futebol do mundo.
O de óculos, ao fundo, também trabalha em rádio, mas FM, e no litoral gaúcho. Se na prática a vida não é esta maravilha que muitas vezes se pensa, sem dúvida ela se torna muito mais fácil quando se tem competência e capacidade, como é o caso dele. A pequena acabou de chegar da Europa, e está na batalha para voltar ao mercado de trabalho. Coisas de Brasil, fazer o quê... Mas ó, se alguém precisar de uma fotógrafa, eu tenho o telefone dela!
O sétimo "cidadão" está trabalhando, com diagramação obviamente, num jornal da grande Porto Alegre. Casado, feliz e também construindo uma vida e uma carreira, como sempre quis. Depois dele vem o que eu menos tenho contato. Até onde eu soube, ele estava "ganhando cancha" num jornal do interior do RS, para poder voltar para Porto Alegre mais capacitado. Mais uma demonstração de que, se querendo, tudo é possível.
Os últimos dois, que na época eram um casal, seguem trabalhando na mesma empresa. Empresa esta, que é a maior rede de comunicação do estado, aliás, e onde também está o nosso colega das FMs. Eles já não estão mais juntos, mas isto faz parte da vida. O que importa é que, como todos os demais, têm a sorte e a capacidade de estar provando, na prática, a capacidade que sempre demonstraram na teoria.
São todos meus grandes amigos. Os considero, a todos, amigos de verdade, de confiança. Pessoas em quem confio e que sei que confiam em mim. Por isso suas conquistas são tão importantes para mim, e também por isso eu "viajei" ao rever esta foto.
Foram apenas dois anos. Todas essas histórias estão apenas começando, com toda a certeza. Olhando esta imagem eu sinto uma saudade imensa destes dias "despreocupados", mas também sinto um orgulho tremendo de fazer parte de um grupo tão unido. Até hoje, quando possível, nos reunimos para jantares ou festas por aí. Claro que isto depende de sincronia de agendas, mas é uma importante tradição que, graças a Deus, vem se mantendo..
É claro que alguns colegas igualmente importantes não estão nesta foto, e nem por isso são menos mportantes, é bom lembrar..
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17.11.05

Terça teve festa, lá no meu apê...

Está inaugurado. Bem, inauguraaaaaaaaaado assim não... primeiro porque não é algo que se inaugure, e depois por que a inauguração mesmo ainda está por vir...

De qualquer forma, está aberto à visitação pública, sem cobrança de ingresso desde que sempre com agendamento prévio. Não é a disneylândia, mas também tem seu lado inacreditável. Tão pouco é um ponto turístico, mas aos poucos excursões começam a ser organizadas para visitá-lo.

No dia 15, data da proclamação da república, foi realizado o "open house". Poucos convidados por questões físico-geográficas, mas serviu como "oficialização".

Como eu estou me sentindo? Estranho.. Bem, muito feliz por um lado. É uma conquista incrível, e que se torna ainda maior a cada dia, a cada passo que se dá rumo a esta emancipação. A estranheza, por sua vez, é por talvez ainda não ter "caído a ficha" de que não é algo que vá durar um final de semana, mas sim bastante tempo, talvez muito, quiça para sempre...

Acordar de manhã, ter coisas de rua para fazer para administrar a casa, entregar ou pagar coisas, farmácia, banco, supermercado.. Muitas coisas que sempre estiveram ali, à disposição do meu tempo livre, mas que agora vão definir o tamanho deste tempo.

Lavar louça, varrer, lavar roupa, preparar algo para comer, comer e limpar tudo. É engraçado, mas é real. Milhares de pequenas coisas que antes mal existiam agora fazem parte. Aliás, não só fazem parte como terão que ser administradas junto com o resto, que já "acontecia" antes, ou seja: trabalho, amigos, lazer, cinema e diversão em geral. É uma nova matemática. De simples equacionamento, mas que deve ser exercitada.

Ah sim.. quem quiser ver mais fotos é só clicar ali do lado, lá em cima, em "Fotos Novas". A data se refere às mais recentes. Sempre que eu colocar fotos novas lá, a data será atualizada. Combinado?

E a vida segue seu rumo. Estamos quase em dezembro, nos aproximando do Natal, e de 2006.. Aliás, que ano que foi este 2005, hein? Muito louco mesmo, mas isto já é assunto para um outro dia..

obs: desculpem o título cretino, mas eu não resisti...
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10.11.05

Um homem sem passado...


Hoje eu completo um mês em Joinville. Às vezes parece muito mais do que isto, às vezes muito menos. Me mudei hoje de manhã, oficialmente, para o novo apartamento. Ainda tenho que passar na "pensão" para acertar as contas e deixar as chaves, mas hoje já durmo na casa nova...

Ainda falta chegar a cama (que deve chegar amanhã) e o armário, que também deve estar chegando. Depois disso eu vou ter algumas coisas de "acabamento" para fazer, tipo colocar algumas estantes para ter mais área útil na "cozinha" e na sala. Além disso, como uma amiga lá de Porto Alegre (que passou por isso quando fez o caminho contrário, de SC para o RS) me lembrou, tenho que comprar algumas coisas para a "casa", e que terei de administrar. Coisas pequenas, baratas, mas indispensáveis.

É mais um passo nesta mudança de vida. Passar as noites sozinho, o que também significa conviver mais comigo mesmo.. Parece complicado, ou sem nexo, mas é uma parte importante.

Sabe o que é mais estranho? Olhar para as pessoas e "notar" que elas sempre moraram aqui, que não conhecem Porto Alegre nem "con-viveram" nada comigo. Não por ser melhor ou pior, mas por ser diferente. Já tenho alguns amigos, mas tenho pouquíssimos assuntos, e ainda bóio na maioria dos que eles têm internamente.

Sei que parece estranho, mas é como se eu estivesse "começando" agora. Bem, em vários aspectos eu até estou, mas parece ser mais. Parece que eu cheguei em outro planeta, ou talvez em outro tempo. É, talvez seja isso.. tipo, como eu quase nem me interesso por este assunto de viagens no tempo, parece que eu estou num lugar onde tudo o que eu vivi não aconteceu, ou aconteceu em outra época, e as pessoas a minha volta não vivenciaram a mesma coisa. Não falo só de coisas pessoais, mas dos últimos 20 anos de um modo geral. Tá, é viagem.. mas é a sensação que eu tenho... Parece que tudo o que eu vivi não pertence a este... contexto...

Bom, retornando do passado e indo de volta para o futuro, de resto está tudo bem. A geladeira está funcionando, e hoje vai ganhar a sua primeira caixa de cerveja, hehehe.. sabem como é, temos que estar prevenidos.
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6.11.05

Navegar é preciso...

Lá se vão quatro semanas desbravando novos mares. No início eu me assustava com o desconhecido, e com a insegurança de estar longe do meu "Porto" seguro. Com o tempo fui conhecendo essas águas, e ganhando confiança. Conheci pessoas, lugares, caminhos, e então senti que tinha chegado o momento de dar mais um passo. E eu fui em frente.

Aluguei um apartamento. Bem, para quem não está aqui, talvez dizer "apartamento" seja um pouco de otimismo. É uma kitinete, cozinha/quarto/sala numa peça só, e banheiro separado. Não é grande, mas não é pequeno demais.

Não importa. É meu. Eu vou alugar, vou pagar, vou sustentar e vou viver ali. Claro que contei com a ajuda imprescindível dos meus pais, que trouxeram as minhas coisas de casa (DVD e, computador), além de terem me "emprestado" uma TV e de me darem uma baaaita mão comprando a geladeira e a cama, principalmente.

De qualquer forma, ainda que de maneira bastante imatura no início, há muito tempo eu queria morar sozinho. Anos mesmo... Acho que levou o tempo certo. Na entrevista de seleção que eu fiz para trabalhar aqui eu disse que sabia que iria encontrar "problemas" na questão de morar sozinho que, até então, eu nem imaginava. Alguns eu já encontrei, mas acho que agora vem a maior parte deles.

O sentimento é estranho. A senhora da casa onde eu estou morando hoje disse para a minha mãe que eu sou um garoto "muito bonzinho" por que eu aviso quando estou saindo e, quase sempre, quando volto. Isso na verdade é a forma como eu fui criado, e até aí tudo bem. Mas o caso é que agora eu não vou ter mais para quem avisar. Bem.. se, na verdade hoje eu já não tenho, agora não vou ter nem de verdade nem de mentira...

Andei pensando no livro que estou escrevendo. Já comentei sobre ele aqui algumas vezes, mas está parado há meses pois eu não sabia para onde levar a história... Agora que eu estou numa situação parecida com a do protagonista, a criatividade parece ter voltado... Em breve devemos ter novidades...

Essa semana eu faço a mudança. Amanhã vou assinar a papelada e pagar a caução, terça, quarta e quinta chegam, respectivamente, a cama, a geladeira e o armário. Aí acho que na sexta eu vou comprar os ítens que faltam e sábado o apartamento vai ganhar uma cara, hehe.. aí vou tirar fotos e coloco no multiply...

Momento cultural: sábado (ontem) foi 05 de
novembro de 2005. Neste mesmo dia, mas há 50
anos, o Doutor Emmet Brown bateu a cabeça na
pia e teve a visão do capacitor de fluxo, que é o que
torna possível a viagem no tempo com o Delorean
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2.11.05

Quem tá na chuva tem que se molhar...*


E lá se vão três semanas. Passado o susto inicial, acho que agora começa a chegar o "pior"...

Já estou habituado à cidade. Sei me localizar, onde ficam alguns do pontos principais, as maiores ruas e, salvo exceções, sei para que lado fica o que. Posso me locomover tranqüilo. Até indicação de rua já me perguntaram pelas calçadas...

Agora começa a cair a segunda ficha. Morar aqui. Mudança de referencial. Saúde, alimentação, diversão, amigos, cultura. Tudo o que por quase 27 anos esteve, para mim, em Porto Alegre, aos poucos começa a vir para cá. Não que eu vá deixar de ser porto-alegrense, mas morar fora é um pouco mais do que "simplesmente" uma nova casa.

Falando em nova casa... Estou para me mudar, quase certo que será ainda em novembro. Acontece que, quando eu comecei a pensar seriamente nisso de sair do quarto que eu estou alugando agora e ir para um lugar mais "meu", eu achava que este era o problema. A falta de espaço, do meu espaço...

Em parte até é, claro que sim. É horrível tu ter que chegar em casa e te esconder em um quarto no meio dela, onde, aliás, ninguém mais pode entrar pois é uma casa "de(a) família" (Flintstone).

Mas em parte não. Em parte, eu vislumbro toda uma reeducação pela frente. Como disse um colega meu aqui (e não sei se já comentei no ID), até o dia em que você vai morar sozinho, as roupas sujas aparecem limpas, e a bagunça do seu quarto não te incomoda. Sobre as roupas, a reeducação já começou, mas sobre a bagunça... psss....

É engraçado, eu sei. Mas na verdade é exatamente essas "pequenas" diferenças que me fazem notar, de verdade, o que significa "morar fora". Isso que eu ainda não precisei de nenhum médico, ainda...

Não tenho dúvidas de que tudo vai dar certo. Não estou com medo, apenas um pouco assustado porque, de certa forma, é como se só agora eu tivesse visto o tamanho do iceberg...

E, para quem tem apenas um neurônio, lá na foto aparece o pórtico de entrada da minha cidade, Joinville, hehehe....

*desde que eu cheguei aqui choveu todos os dias. "Chovinville-SC"
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