Uma questão de Educação...
Entre os dias 28 e 31 de julho de 2004, Porto Alegre foi sede da 3ª edição do Fórum Mundial de Educação (as outras duas ocorreram, também em Porto Alegre, em 2001 e 2003).
Com o slogan "A Educação para um outro mundo possível", o evento reuniu na capital gaúcha educadores e profissionais da área provenientes das mais diferentes partes do país e do mundo. Espanhóis e uruguaios dividiram espaço com brasileiros e portugueses nos debates sobre os caminhos da educação no mundo de hoje. Alternativas e projetos de sucesso implementados ao redor do globo foram colocados em discussão durante os 4 dias de Fórum.
Um dos destaques de uma iniciativa como esta são os painéis, onde estudantes das mais variadas áreas apresentam os resultados de suas pesquisas. Estas exposições trazem um grande e importantíssimo intercâmbio cultural e de conhecimento.
O lado negativo do Fórum fica pela organização. Para explicar, vou falar da minha experiência pessoal.
Eu sabia já há alguns meses sobre a realização deste Fórum no final de Julho. Entretanto, por uma série de razões, não me interessei, a princípio, em participar. No dia da abertura fui até o Gigantinho (onde estavam sendo confirmadas as inscrições) e resolvi me informar. Sendo jornalista formado, pensei em entrar como "imprensa". Pronto para informar meu registro no MTB e/ou meu CPF e RG, fui buscar informações. Na minha frente na fila, um casal de canadenses que haviam feito sua inscrição pela internet e não conseguiam comprovar o pagamento (e teriam que pagar nova inscrição, pelo que dizia o atendente).
Ao chegar no balcão, perguntei se poderia fazer a inscrição como imprensa. Perguntaram se eu era jornalista e, com a minha resposta afirmativa - sem solicitar qualquer informação adicional ou documento - me entregaram um crachá de imprensa (com o qual eu poderia entrar em locais onde os próprios participantes do Fórum não teriam acesso). Na seqüência, perguntei sobre o material para a imprensa.
Sem pensar, o funcionário da organização me entregou uma bolsa igual a dos participantes. Sem discutir o fato de que seria bom se o evento tivesse se preparado melhor para receber a imprensa (com releases e informações adicionais), o que me impressionou foi que, no tal material, estava o certificado do evento (reproduzido ao lado).
Ou seja: enquanto alguns profissionais e educadores intimamente ligados às causas e aos debates do FME não puderam fazer sua inscrição por não poder arcar com o custo de R$ 50,00, qualquer um que se dissesse jornalista teria acesso a qualquer debate/oficina/palestra sem pagar nada.
O estranho é que isto ocorre justamente num evento que busca uma maior conscientização social no mundo. Com certeza, dentro desta conscientização está o respeito àqueles que cumprem com seus deveres (no caso, pagam a inscrição). Então, como explicar a falta de respeito da organização do evento, tanto com aqueles que pagaram a inscrição quanto com aqueles que realmente são jornalistas e/ou profissionais da imprensa?
Nenhum comentário:
Postar um comentário