2.7.05

Sobre o que escrever?


Assuntos, tenho vários. Talento, Mário Quintana, Ayrton Senna, 6 anos, amor, amizade, auto estima, música, cinema...

Tempo? Também.. Segundas, terças, quartas, quintas, sextas, sábados e domingos...

Então o que falta? Inspiração? Graças a Deus não, eu tenho pensado em coisas para dizer quase que constantemente. Não ter onde publicar, talvez? Claro que não, afinal, aqui estou eu...

O que falta é ânimo. O problema é a velha e já tão falada falta de ânimo. Aliás, eu não tenho escrevido nada por que eu sinto que qualquer texto que eu escrever agora vai ficar assim, pesado, para baixo... Mas desta vez eu não vou deixar!

Esse período "parado" está me possibilitando rever conceitos importantes. Quer dizer, eu estou aproveitando este tempo para repensar algumas coisas. Ao contrário do que talvez aconteceria com a maioria das pessoas, eu não me sinto desvalorizado profissionalmente por causa desta fase ruim. Eu entendo que cada oportunidade de trabalho é uma nova disputa onde nem sempre vence o melhor, e onde os concorrentes quase nunca são os mesmos. Assim, e levando em conta o mercado do jornalismo no Brasil, o negócio é seguir tentando, porque um dia tudo vai dar certo.

Enquanto este dia não chega, eu vou levando. Uns dias bons, outros ruins, outros muito ruins, outros péssimos e alguns que eu prefiro nem comentar. Contudo, eu dificilmente fico parado. Estou sempre criando alternativas, opções ou mesmo distrações. Nada, é claro, que me impossibilite de assumir um novo compromisso profissional, mas sem nunca deixar de me manter ativo.

O meu lado pessoal é o que está passando pelas maiores mudanças. Apesar de estar vivendo uma época "tranqüila" - pessoalmente falando -, tenho pensado muito em muitas coisas, e acho que a minha auto-valorização está aumentando bastante. Ou melhor, acho que eu estou alicerçando uma nova e maior auto-estima. Isto tem muito a ver com muita coisa, e tudo a ver com quase nada.

Ontem foi o 6º aniversário de um dia muito importante da minha vida. Foi o dia em que eu decidi ser eu mesmo, ao invés de ser o que eu acreditava que os outros esperavam que eu fosse. Desde lá eu venho neste auto-conhecimento que evolui a cada dia, sempre com resultados positivos. Para mim, foi apenas ali que terminou a minha adolescência. De certa forma, ao pararmos de nos preocupar com o que os outros esperam é que começamos a ser indivíduos e nos tornamos adultos. É claro que eu já mudei muito de lá para cá, mas o momento, e a minha essência, permaneceram.

É interessante escrever sobre nada. É livre, a gente abre a mente e as palavras saem. É claro que é preciso manter uma linha, um raciocínio, mas a criação sem dúvida, é melhor. Eu nunca me preocupei em "ter" que escrever neste ou naquele dia. Se forçar, os textos não saem naturais, e assim perdem qualidade. Acredito, inclusive, que isto aconteceu algumas vezes...

Como eu sempre digo, vamos em frente. Como mensagem eu deixo uma frase de um dos meus artistas favoritos. Parafraseando Carlos Drummond de Andrade, Gabriel o Pensador, em uma das músicas do seu novo CD, diz: "no meio do caminho pode ter uma pedra / mas no meio desta pedra pode ter um caminho".
1890

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