13.2.06

Ora por que.. Por quê? Bem, é que... você sabe, né? Ah, sei lá...



Por que não fazer isso hoje? Porque posso fazer amanhã. Porque, afinal, não é tão indispensável assim. Porque talvez exista outra forma de fazer que eu ainda não descobri e ela logo vai aparecer e eu vou economizar trabalho. Porque pode não dar certo. Porque pode demorar. Porque tá chovendo. Porque tá quente. Porque eu estou cansado. Por que eu não estou afim.

Tá, mas por que mesmo não fazer isso hoje?

Desculpas. Ou melhor, justificativas. Eu costumo dizer que a informática me deu o "dom" do raciocínio lógico, incomum entre pessoas da minha espécie e no povo em geral. Tudo tem causa e efeito. O que se faz é sempre resposta a algum problema/necessidade e tem, invariavelmente, algum efeito. Isto é o que faz o mundo estar em constante mutação.. ontem o mundo estava diferente de hoje em bilhares de pequenos detalhes, que estarão diferentes amanhã também.

Deixando a filosofia um pouco de lado, "raciocínio lógico" tá longe de ser um dom. Isto nada mais é do que a forma que eu encontrei para explicar meu sedentarismo em "alguns" aspecto(s) da vida. Me pergunte qualquer coisa e eu te direi o porquê. E esta justificativa tem fundamento? Bem, depende.. certamente vai responder a pergunta que me fiz(este), mas não necessariamente vai ser a "chave" que estás procurando.
Justificativa. Sabe quando uma criança bate na outra porque esta outra bateu nela? É isso! Aliás, bem pensado.. crianças justificam tudo.

Ontem eu falei com "ela". Foi muito bom, como sempre, e inútil, como nunca. Quando eu saí de lá, pensei em "Por que não?" - que, aliás, foi a frase final do texto anterior. E a resposta? Nenhuma resposta... Tudo o que me vinha à cabeça vinha com o selo de qualidade "Justificativa". No fim eu me vi sem razões para não seguir adiante. Ao mesmo tempo, me vi sentado como se "nada tivesse acontecendo".

Me senti diferente. Simplesmente por que os vários pensamentos que sempre me vem à cabeça nestes momentos, justificando o porque de eu não poder, não ser capaz - ou simplesmente "não" - não apareceram. Foi como se uma estrada tivesse se aberto a minha frente bastando eu dar o primeiro passo. Se vai dar certo? Não sei, mas o que importou é que a estrada apareceu limpinha como nunca... E por que eu não começo a caminhar?

Ah pois é... digamos que esta é a minha situação "meio-grávida". Pensando agora, parece que eu fico procurando razões para não ir. Aliás, razões não, justificativas. Inúteis e "lógicas" justificativas - que, aliás, eu não estou encontrando....

Parece que eu estou fazendo um curso... sou craque na parte teórica, e uma naba na prática. "É que eu estou começando"...

Ok, ok.. já entendi... outra justificativa!
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9.2.06

Roleta russa

A gente tem a cínica e arrogante mania de viver como se fosse durar para sempre. É claro que isto é, na verdade, um grande paradoxo pois todos temos uma única certeza: vamos morrer. Ainda assim, e talvez para fingir que não, vivemos nossa vidinha tranquilamente, e fazemos planos para daqui 5, 10 anos, como se fosse só uma questão de tempo.

Na teoria é. Basta que o ponteiro maior do nosso relógio dê umas 60 mil voltas e teremos vivido mais quase uma década. Nossos planos estarão 10 anos a frente, porque certamente estaremos vivos até lá, não é?

Uma frase famosa, de certo humor negro, diz: "Viva cada dia como se fosse o último, pois um dia você acerta". E é isso mesmo que acontece. A gente fica pensando em morrer de velho, ou esquece que vai morrer, quando na verdade a gente "perde" oportunidades de morrer praticamente a cada segundo..

Não, não estou querendo dar lição de moral nem dizer "arrependei-vos que o apocalipse chegou". O meu raciocínio é mais generalista. Acredito que todos lêem jornais, assistem telejornais e conversam com outras pessoas. Pois é, todos os dias acontecem desgraças. Gente morrendo atropelada, bala perdida, discussão em casa, mãe "perdendo" bebês por aí. Todos os dias centenas de vidas são modificadas para sempre, traumaticamente. Eu sempre penso nas pessoas envolvidas nesses "casos de polícia" mundo afora. Muitas delas, se não morrem literalmente, perdem grande parte da vida por um milissegundo em que se fez ou se estava no lugar errado.

A gente age como se essas coisas fossem como prêmios da loteria. A gente nunca ganhou, então não é para nós. São fatos que só ocorrem lá, longe da vida real. Não meus amigos, lá também é a vida real.

Eu pensei na analogia da roleta russa pois é como se estivéssmos sempre brincando disso. Para quem não sabe, o "jogo" consiste em colocar apenas bala no tambor de um revólver, fechar e girar o tambor, e depois atirar contra a própria cabeça. Se sobreviver, gira o tambor e passa para o próximo.

O que ocorre é que, no mundo "real", a última bala é sempre recolocada. E nem sempre a vida avisa que está brincando...

Na verdade, toda essa conversa é para ser uma mensagem positiva. É para nós, que temos a sorte de não estar nas páginas policiais, valorizarmos mais os pequenos momentos, o simples fato de estarmos vivos.

Uma vez eu vi um filme chamado "Premonição" (o primeiro). Lá pelas tantas, o protagonista tá no meio do nada, sendo que o carro dele tinha parado em cima dos trilhos e levado por um trem, e o amigo dele estava de pé, ao seu lado, sem a cabeça. Eu lembro que naquele momento eu pensei: "E eu que achava que tinha problema". Tipo, 5 segundos e a vida do cara "acabou". Seis segundos antes e nada tinha acontecido nem "tinha como acontecer".

Viva a vida! Viva a sorte de eu ter amigos, família, profissão, trabalho, casa e saúde!

E viva também eu ter livre arbítrio, para poder filosofar de vez em quando...
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1.2.06

Quem você conhece?

O Orkut. O tão famoso, questionado, defendido, criticado, menosprezado, supervalorizado mas, no fim das contas, tão utilizado (em especial por nós, brasileiros) Orkut.

Seria ele bom ou ruim? Passatempo ou perda de tempo? Diversão ou perigo? Vida em sociedade ou invasão de privacidade?

Para mim, nem isso, nem aquilo.

Quando o Orkut surgiu, na virada de 2003 para 2004, parecia ser apenas mais um modismo. Todos entrando, se inscrevendo, se encontrando. Depois passou a "febre", e começou a fase dos reencontros "reais". Turmas de colégio, amigos distantes, familiares. Muita gente, por acaso ou não, reencontrou pessoas que não via há muito tempo (e algumas que nem queria ver).

Eu considero que agora o Orkut já se tornou algo comum, como o MSN, por exemplo. Quem tem, tem e se comunica, mas quem não tem não perde nada de "indispensável" como a "febre" fazia pensar.

No que diz respeito a tecnologia, o Orkut é incrível. Até a maleabilidade de ele poder ser muito importante ou completamente inútil faz dele algo, no mínimo, muito interessante.

Eu estou lá há quase 2 anos - entrei em meados de 2004. Já contei os amigos que tinha, depois os fãs, depois os recados. Por algum tempo, admito, me sentia valorizado por que tinha encontrado a tia do vizinho da cunhada da mulher do cara da padaria que um dia tinha pegado um ônibus comigo na volta do colégio pra casa.

Minha irmã saiu do Orkut por que ele estava lhe causando problemas. Na verdade, não era o Orkut que causava os problemas. Digamos que os problemas que ela teve seriam - e foram - causados por uma pessoa que - então estava se descobrindo - não fazia bem a ninguém nem "ao vivo". Entretanto, eu acho que o Orkut em si não é nem bom nem ruim. Bom ou mau é o "uso" que tu faz dele. Aliás, dele e de quase todas as coisas/amizades/relações que existem na vida.

Eu estava há tempos para escrever sobre isto, mas me faltava o porquê. Até que outro dia eu estava pensando, e descobri que o Orkut já me trouxe muitas coisas legais neste tempo...

No início, os amigos de pouco tempo que se perderam, como eu costumo dizer, por razão nenhuma. Depois, e por causa desses reencontros, fui "localizado" por colegas de colégio, de quase 15 anos atrás. Tivemos vários reencontros e, posso dizer, algumas velhas amizades voltaram, uma em especial. Outra amizade nasceu deste reencontro e, indiretamente, do Orkut.

Em 2005, com a situação de desemprego, procurei comunidades sobre jornalismo. Fiz bons contatos, quase fui para Maceió, e cheguei a conseguir uns freelas via Orkut...

As grandes mudanças, entretanto, vieram no fim do ano. Numa dessas comunidades sobre jornalistas eu descobri o blog de um colega de São Paulo (se não me engano) que, em algum momento de setembro, publicou um anúncio do Jornal A Notícia pedindo jornalista com experiência em web. Respondi ao anúncio e eis que aqui estou eu!

Não satisfeito, quando a vida me jogou em Joinville meu amigo Orkut (afinal, é o nome do criador) apareceu de novo. Como eu não era o único "novato" na cidade, uma colega já tinha entrado em algumas comunidades joinvilenses para se "ambientar". Obviamente, segui o caminho, e encontrei mais alguns amigos. Poucos talvez, mas importantíssimos, quase fundamentais, nestes meus primeiros meses...

Eu sei que o Orkut não seria a única forma possível de isto tudo acontecer, mas foi através dele que aconteceu. Que eu saiba o Orkut nunca me causou nenhum mal, e aí estão alguns dos "bons" que ele me proporcionou.

Existem os mais variados tipos de história sobre o Orkut. Não estou querendo dizer "o Orkut é imperdível, é indispensável, é maravilhoso". Apenas, digamos, dando o meu depoimento. Como eu disse: o Orkut não é bom ou ruim, mas a forma como o utilizamos pode ser.
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