Ruas? Para onde vamos não precisamos... de ruas...

A primeira vez que assisti ao filme "De Volta Para o Futuro" foi numa Tela Quente (Excepcionalmente, não me perguntem de que ano. Sei que foi entre 1986 e 1988). Me lembro que achei bem legal. Uma "viagem", mesmo. Eu não tinha bem a noção de que tipo de filme era aquilo mas, tinha achado coisas engraçadas, além de um "roteiro" (termo que eu não conhecia na época) bem diferente. Eu nunca tinha visto um filme em que o personagem voltava no tempo, encontrava seus pais e, por isso, corria o risco de não nascer. Muito bom!!
Em 1989 um primo meu do nordeste veio aqui em casa, e nós tiramos o filme na locadora. Ele gostou, e lembrou que a segunda parte estava passando no cinema. Me perguntou se eu estava afim de ir e eu, ainda sem ter noção de como me apaixonaria por aquela trilogia, topei. Fomos, e eu gostei muito também. Ao mesmo tempo que o primeiro filme termina em si mesmo (o que não acontece com o segundo, que precisa do terceiro para ser compreendido), esta segunda parte volta a momentos do primeiro, inclusive com personagens correndo o risco de encontrarem a si próprios, 30 anos mais jovens.
No ano seguinte, 1990, eu fui visitar este meu primo. Por coincidência, a terceira parte estava nos cinemas. É claro que fomos assistir. Saímos do cinema debatendo o filme, seu sentido, e o que cada um tinha assimilado. Começava aí uma das paixões da minha vida.
A mensagem básica da trilogia é: "Não existe destino. Faça um bom futuro para você", e é nisso que eu acredito. A vida é o imprevisível resultado de pequenos momentos, e pequenas decisões que tomamos ao longo do tempo. Eu cheguei a fazer meu trabalho de conclusão de curso sobre isso. A maioria das decisões que acabam definindo a nossa vida passam por nós despercebidas. São vários os exemplos disso no primeiro filme, por exemplo, e eu vou tentar explicar um deles.

Quando Marty retorna para casa, seu pai é um homem de sucesso. Escritor de renome, rico, e com o colega de trabalho como empregado, lavando seus carros.
É claro que não é apenas uma atitude que transformaria uma vida desta forma (isso é simbolismo, próprio de uma obra cinematográfica). Contudo, o que eu quero dizer é que apenas Marty soube da diferença que aquele soco fez na vida de seu pai. George viveu apenas uma vida. Para ele, quando "bobalhão" e resignado, aquele era o seu destino natural. Assim como, quando "homem de sucesso", ele estava colhendo os frutos do seu esforço durante toda a vida. Tentando ser claro, um não tem consciência da "existência" do outro. E da mesma forma acontece com todos nós. Não temos como saber como será o nosso futuro. Resta apenas fazermos o melhor que pudermos.
Não importa se queremos ou não, o futuro vai chegar. Cabe a cada um fazer o melhor possível para o seu.
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