Um encontro veríssim(o)el...
Um dia um amigo me convidou para um jantar em sua casa. Me explicou que era um jantar apenas para os amigos mais íntimos, em comemoração ao seu aniversário. Pouca gente. Além da família, eu e outro amigo dele, e alguns amigos de seus pais.
Cheguei com este outro amigo. A mãe do anfitrião nos recebeu, e nos encaminhou até a sala. Eu estava nervoso, pois o momento parecia bastante formal. Todos bem vestidos, com empregados servindo e tudo o mais. Eu, recém saído da adolescência, me sentia deslocado, mas estava muito feliz por estar ali. Para mim, era o reconhecimento de uma grande amizade.
E nem prestei atenção aos nomes que a mãe do meu amigo estava dizendo enquanto eu cumprimentava os presentes. Estava zen, apenas beijando respeitosamente as senhoras e apertando a mão dos senhores. Um deles me pareceu familiar, mas nem parei para perguntar qualquer coisa. Terminei de cumprimentar a todos, e fui para o quarto, onde já estavam meus dois amigos.
Ao chegar lá, o que havia entrado comigo estava emocionado. Sorrindo, quase incrédulo. Eu perguntei: "O que houve, por que você está assim?", ao que ele me respondeu: "Como assim, por que eu estou assim?!? Tu não viu que o Veríssimo tá ali fora??"
Eu bati com a mão na cabeça, e me sintonizei ao estado de choque do meu amigo. "Como eu não pensei nisso.. o Veríssimo!" Eu me senti bobo, por estar emocionado. Quantas coisas me passaram na cabeça para dizer para ele. A vontade que eu tinha era de voltar para a sala e sair falando, mas, além de não ser de bom tom, era "levemente" desnecessário. Jantamos todos na mesma mesa. Eu, o Veríssimo, e os outros. Nesta época eu estava mais para os computadores do que para as palavras, mas já o admirava muito. "As Comédias da Vida Privada", "Ed Mort", "O Analista de Bagé", a "Família Brasil" e "As Cobras" são alguns dos inúmeros exemplos da genialidade deste grande talento gaúcho. Escritor, cronista, cartunista e ser humano de mão cheia, Luis Fernando Veríssimo me orgulha, por ser meu conterrâneo, e me encanta com sua sutileza e com seu humor ao mesmo tempo tão simples e tão inteligente.
Esta é uma história real acontecida, calculo, há quase uma década. Nunca mais o encontrei numa situação pessoal como esta (apenas em eventos ou encontros onde ele seria a celebridade), nem jamais expressei o quanto o admiro. Contudo, não é segredo para ninguém que, para mim, ele é um dos maiores gênios da literatura brasileira contemporânea.
Fica a minha homenagem com esta tirinha de "As Cobras", personagens que ele parou de fazer há alguns anos, com a inteligência de quem sabe o momento certo de se dedicar a cada coisa, e terminar todas elas sempre no auge..
Cheguei com este outro amigo. A mãe do anfitrião nos recebeu, e nos encaminhou até a sala. Eu estava nervoso, pois o momento parecia bastante formal. Todos bem vestidos, com empregados servindo e tudo o mais. Eu, recém saído da adolescência, me sentia deslocado, mas estava muito feliz por estar ali. Para mim, era o reconhecimento de uma grande amizade.
E nem prestei atenção aos nomes que a mãe do meu amigo estava dizendo enquanto eu cumprimentava os presentes. Estava zen, apenas beijando respeitosamente as senhoras e apertando a mão dos senhores. Um deles me pareceu familiar, mas nem parei para perguntar qualquer coisa. Terminei de cumprimentar a todos, e fui para o quarto, onde já estavam meus dois amigos.
Ao chegar lá, o que havia entrado comigo estava emocionado. Sorrindo, quase incrédulo. Eu perguntei: "O que houve, por que você está assim?", ao que ele me respondeu: "Como assim, por que eu estou assim?!? Tu não viu que o Veríssimo tá ali fora??"
Eu bati com a mão na cabeça, e me sintonizei ao estado de choque do meu amigo. "Como eu não pensei nisso.. o Veríssimo!" Eu me senti bobo, por estar emocionado. Quantas coisas me passaram na cabeça para dizer para ele. A vontade que eu tinha era de voltar para a sala e sair falando, mas, além de não ser de bom tom, era "levemente" desnecessário. Jantamos todos na mesma mesa. Eu, o Veríssimo, e os outros. Nesta época eu estava mais para os computadores do que para as palavras, mas já o admirava muito. "As Comédias da Vida Privada", "Ed Mort", "O Analista de Bagé", a "Família Brasil" e "As Cobras" são alguns dos inúmeros exemplos da genialidade deste grande talento gaúcho. Escritor, cronista, cartunista e ser humano de mão cheia, Luis Fernando Veríssimo me orgulha, por ser meu conterrâneo, e me encanta com sua sutileza e com seu humor ao mesmo tempo tão simples e tão inteligente.
Esta é uma história real acontecida, calculo, há quase uma década. Nunca mais o encontrei numa situação pessoal como esta (apenas em eventos ou encontros onde ele seria a celebridade), nem jamais expressei o quanto o admiro. Contudo, não é segredo para ninguém que, para mim, ele é um dos maiores gênios da literatura brasileira contemporânea.
Fica a minha homenagem com esta tirinha de "As Cobras", personagens que ele parou de fazer há alguns anos, com a inteligência de quem sabe o momento certo de se dedicar a cada coisa, e terminar todas elas sempre no auge..
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