A América estava com saudades!!
Que ano!!
E não falo apenas de 2006. Na verdade, não foi um ano incrível, foram 2!
Quando o Grêmio caiu para a Série B, em 2004, todos pensavam: lá vem o inferno. Eu escrevi sobre isto aqui no ID, e disse que seguiria tão gremista quanto antes.
Mas sobre o que todos pensavam, veja só, todos tinham razão. Jogos de má qualidade técnica, derrotas vergonhosas (Anapolina-GO 4 x 0 Grêmio), vitórias sofridas contra equipes até então com pouca ou sem expressão no cenário nacional (1 a 0 no Santo André e as várias batalhas com o Santa Cruz) até culminar com um jogo inacreditável, no dia 26 de novembro de 2005.
O Grêmio precisava de um simples empate, mas todo mundo lembra o que aconteceu. A "batalha dos Aflitos" (o adjetivo é, também, o nome do estádio onde o jogo aconteceu). Com uma luta absurda, subimos. Série A, estamos de volta, e por cima.
Começou 2006. Campeonato gaúcho. O Grêmio não vencia o torneio desde 2001. Não se esperava muito, ainda mais contra o atual vice-campeão brasileiro, que - ainda não se sabia, mas - seria campeão da américa, pela primeira vez na sua história, poucos meses depois. Com o regulamento debaixo do braço, o Grêmio empata o jogo em pleno Beira-Rio e tira o título dos colorados.
Grêmio campeão gaúcho em pleno Beira-Rio
Em seguida começa o Campeonato Brasileiro. De 20 clubes, pela ordem, 4 seriam rebaixados, 5 apenas sobreviveriam, 7 iriam para a sul-americana, 4 para a Libertadores sendo, um deles, o campeão.
As pretensões gremistas estavam ficar entre os 7 da Sul-Americana. Pensava-se que o início do longo campeonato definiria a sobrevivência, ou não, do tricolor gaúcho. Mais uma vez, projeção corretíssima. Estréia, 2 a 0 contra o Corínthians. Ainda que o adversário acabasse demonstrando que não era mais o super-campeão de 2005, era um bom presságio.
Exatamente um ano depois da "batalha" de Recife, no mesmo 26 de novembro, mas em 2006, o Grêmio vence o Flamengo e garante a vaga na Libertadores e a 3a posição no campeonato. À frente? O campeão mundial de 2005, e campeão brasileiro de 2006, São Paulo, e o campeão da América 2006, Internacional.
Mano Menezes. Em toda esta história, é o nome do treinador que se destaca. Em 2004, enquanto o Grêmio desabava, ele levava o modesto 15 de novembro, de Campo Bom-RS, às semifinais da Copa do Brasil. Em 2005, o time porto-alegrense o contrata a 2 dias da estréia na Série B.
Um início cambaleante, com derrotas marcantes como a já citada goleada para o time do interior de Goiás. Eu cheguei a pensar que tinha que tirar o treinador. A uma certa altura da Série B, eu pensava: "Já era. Se tirar o treinador agora, não tem tempo para outro trabalhar antes das finais e, se ele ficar, não estaremos nas finais." Felizmente, ledo engano.
No final da classificatória o Mano já tinha a confiança da torcida, a ponto de não gerar grandes revoltas pela sua insistência em não escalar o prodígio Ânderson. Veio o título da Série B, o improvável título gaúcho e o Campeonato Brasileiro. Ainda que o técnico campeão Muricy Ramalho deva ser eleito o melhor do campeonato, a simples menção entre os 3 mais competentes na lista da CBF já atesta o nível do treinador gremista.
E depois deste ano fantástico, onde um clube desacreditado subiu, em exatos 365 dias, do inferno da Série B, para o céu da Libertadores, vem aí mais uma temporada. Mais um campeonato gaúcho, mais um Brasileirão e, é claro, mais uma Libertadores. Talvez a mais difícil de todas pois, entre os adversários, São Paulo, Internacional, Santos e Flamengo. Apenas times de primeira linha!! Mas vamos lá...
Até a pé nós seguiremos, para o que der e vier, mas o certo é que nós estaremos.. com o Grêmio onde o Grêmio estiver..
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