17.2.07

Gigante pela própria natureza!



É inegável que eu estou passando por um grande momento da minha vida. No profissional, as coisas vão de vento em popa. Tenho um bom emprego e um bom ambiente de trabalho. Tenho desafios e conquistas. Tenho amigos e colegas de profissão. No familiar, as coisas vão bem. Há tempos já não levo a sério as brigas com pai, mãe e irmã. Temos diferenças, mas eu já sei me virar e se alguém não quer entender, vai acabar entendendo.

No pessoal também, tudo certo. Eu falei mais disso no texto anterior. Dos amigos que fiz aqui, e do amadurecimento que isto me trouxe. Na saúde, onde está o grande desafio do ano, o primeiro mês foi promissor. Alcancei todos os objetivos e sigo firme em busca dos próximos. Perdi cerca de 10 quilos desde o início do ano. É só o começo, mas é um belo começo...

Essa perda.. ou melhor, eliminação está sendo fundamental para, talvez, a parte mais importante de todo esse crescimento. O afetivo. Eu tenho nitidamente gostado mais de mim.. se as mudanças ainda não são visuais, eu me sinto bem melhor e mais disposto. Sei onde eu quero chegar e, finalmente, do que sou capaz.

Minha auto-estima continua instável. Às vezes sou o super-homem, às vezes sou o último dos moicanos. A minha auto-confiança, em compensação, vai bem, obrigado. Eu sei que as duas são muito parecidas, mas a diferença é importante. Uma é como você se vê em relação ao mundo.. e a outra é como você vê o mundo em relação a você.

Pois é. Pela bilionésima duzentos e quinze milhonésima quatrocentos e vinte e sete milésima centésima trigésima quinta vez (i.e. 1.215.427.135ª) eu me apaixonei por uma guria. Dessa vez, entretanto, me senti diferente. Eu não me sentia gostando "gratuitamente" de alguém, mas gostando de uma pessoa. De uma menina carinhosa, inteligente, bem humorada e com quem eu me dou muito bem. E mais... diferente de quase todas as outras vezes, me sentia capaz, me sentia "merecedor". Para muitos isso vai soar uma besteira, mas é isso mesmo....

Convivemos diariamente. Trabalhamos e não trabalhamos juntos no horário de trabalho. O detalhe que estraga o início feliz é que ela tem namorado. Isso não me dava medo, não me dava culpa, mas era, claro, algo a considerar.

Cheguei a pensar em desistir. Ou melhor, não desistir, mas esquecer. Eu sabia que não seria a última por quem eu me interessaria, e que estava em um momento da vida - no qual, aliás, ainda estou - em que ali na frente eu encontrarei alguém sozinho para quem poderei me dedicar. Mas aí... ah, mas aí... Aconteceram pequenas coisas sem muita importância mas que, na cabeça de quem gosta, são um perigo.

Eu não queria neurotizar. Fui à luta. Conversei com ela. Não deu, tudo bem... vamos em frente.

Isto foi ontem e eu já me sinto bem. Claro que fiquei triste, e claro que ainda me machuca quando eu penso que "não vai acontecer", mas para mim o mais importante foi ter tomado uma atitude. Acho que eu e ela seguiremos numa boa e, quem sabe, poderemos ser grandes amigos.

Mas eu estou bem. Estou muito feliz em ter aberto o jogo no início, e não ficado pensando em possibilidades enquanto o relógio dava suas intermináveis voltas. Acho, sinceramente, que foi uma grande evolução da minha parte.

E isso tem a ver com o desafio que eu estou enfrentando. Não sem duras batalhas, mas estou vencendo. Aliás, as batalhas que eu estou vencendo são apenas preparação para o "grande desafio", e essa preparação vai "apenas" ajudar a determinar a vitória ou não no final. Bem.. não é assim a vida?

Outro dia eu estava pensando... e cheguei a uma curiosa conclusão...

Eu fui uma criança magra. Na adolescência, naquele ano em que o menino ganha seus 20 centímetros finais, meu peso cresceu na mesma proporção... mas não parou... Eu me tornei gordo - naquela eterna luta contra a balança - e inseguro. Já falei disso várias vezes aqui, mas nunca tinha feito essa associação diretamente.

Aí, agora, para encarar o desafio, eu PRECISO emagrecer. É fundamental e indispensável. Ok, estou fazendo por onde... e os primeiros resultados ( - 10kg) são animadores... E é isso que está me dando auto-confiança, confiança de que eu sou capaz e de que eu posso! Sempre fui um bom amigo dos outros, mas acho que estou me tornando um bom amigo meu... Eu finalmente me amo!!

Aí está! Da forma como eu pensei, a minha absurda e imensurável insegurança está indo embora junto com o meu excesso de excesso de peso. Então, é como se.. daqui a anos, esta insegurança fique concentrada nestes... não sei... 15 anos em que eu fui gordo. Não estou aqui acreditando que serei um cara seguro por isso, e nem que serei maaaaagro. Estou falando de exageros e de baixa auto-estima.

Estou dizendo que estou vencendo meus maiores fantasmas e não estou criando outros. Que, como diz a música, finalmente paguei minhas "contas" comigo e tive minha sentença mesmo sem ter cometido crime nenhum!

Pois é. A vida segue em frente. Amigos casando, outros separando... vamos em frente...


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