Nada pode ser maior
Foi um título da segunda divisão? Foi.
O Grêmio poderia ter feito menos que isto? Até poderia, mas se fizesse mais do que um pouco menos seria, no mínimo, vergonhoso.
O adversário era difícil, um time de tradição e qualidade? Não.
Nada disso importa. O que realmente conta é que o Grêmio consegue transformar as conquistas que pareciam ser mais simples em verdadeiras epopéias, que emocionam o seu torcedor e mantém viva a mística tricolor.
Um empate. Bastava um empate para que o Grêmio atingisse o grande objetivo do ano, o retorno à primeira divisão do futebol brasileiro, sem depender de outros resultados.
Apesar de ser um jogo tecnicamente fraco, era fora de casa, e o empate em 0 a 0 seria suficiente. Tudo ia bem até o pênalti inexistente marcado pelo árbitro. Compensação por outro existente e não marcado? Engano? Mau-caratismo? Não fazia diferença. O indiscutível era que O gol do Náutico seria mortal, pois, combinado com a vitória parcial do Santa Cruz contra a Portuguesa (em partida que ocorria simultâneamente), a derrota tricolor manteria a equipe no inferno da segunda divisão em 2006.
Os jogadores foram para cima do árbitro. Três expulsos do lado gremista, que já estava com um a menos. O Náutico tinha tudo para abrir o placar na cobrança da penalidade e, com 4 jogadores a mais, garantir a vitória nos 10 minutos restantes.
Tinha tudo, menos... sei lá.. menos ser o Grêmio. O jogo voltou após 20 minutos de paralização e, se não bastasse o goleiro Galatto defender o pênalti, poucos minutos depois o garoto Ânderson, em jogada individual, marcou o gol da vitória, da classificação e do título gremista.
Perdoem-me se estou sendo mais emotivo do que racional, mas este momento é para isto. Mesmo que não seja a mesma coisa que vencer a Série A, é um título nacional, é o retorno ao convívio dos grandes, e foi uma vitória espetacular.
Ano passado, quando o Grêmio perdeu as chances de escapar do rebaixamento, eu escrevi um texto apoiando. E segui apoiando. Este, aliás, talvez tenha sido o ano que eu fui mais vezes ao Olímpico. Proporcionalmente, não tenho dúvidas..
Mesmo na segunda divisão, eu tenho orgulho de ser tricolor! Dá-lhe Grêmio! E que venha 2006!!
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